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A mostrar mensagens de setembro, 2007

Noite

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Os traços são leves Mas pontiagudos Perdem-se na minha alma Como um eco agudo… Lá fora a noite cai singular, Leves tonalidades, Cobrem o mundo impar Como um manto suave. As horas estendem-se Como uma melodia frágil De um piano tocado pela mão ágil. Enquanto lhe escuto a melodia, E os minutos passam como notas Solto a alegria Ao encontrar a luz que transportas… Perco-me na música, Na dança do teu olhar, O meu coração fica Onde te posso agarrar. Lá fora a noite adormeceu no teu braço E completou-se no teu abraço. Tranquila e completa descansa E em mim a vida passa Envolta na tua presença Como invejo a noite Que te abraça E te faz sua amante… É quase dia, a noite começa a acordar, Os teus braços largam-na no seu lugar E agora podes segurar-me Nos teus vales passear-me Por entre os colibris E as flor-de-lis Que pintam o olhar E te adornam o corpo. O sol nasce e desperta a tua essência Vejo acordar a minha alma Que esperou em paciência Pelo acordar das tuas formas Desenhadas pelo toque de p

Agir

Ás vezes intriga-me a natureza humana, quando digo ás vezes quero dizer sempre. Somos capazes de fazer os actos mais altruístas, dar a vida por alguém que amamos, e fazer também os actos mais atrozes, negar o pão a alguém a morrer de fome. O pior é que não se trata de serem pessoas diferentes a fazer este tipo de actos, somos todos capazes do melhor e do pior. Fomos criando uma versatilidade de acções que muitas vezes me assustam, como é conseguimos fazer coisas tão díspares sem sequer pensarmos nelas? Enquanto somos mais novos, passamos a vida a dizer:”não vou fazer isto ou aquilo, não gosto que me façam o mesmo.” Depois crescemos e sem nos apercebermos cometemos os mesmos erros, dizemos as mesmas palavras e esquecemos tudo o que passamos. Enquanto a idade é curta e o coração corajoso temos mil sonhos e mil palavras na boca para salvar um amigo, depois crescemos e ficamos amargos, um pedaço de fel que o tempo fez questão de deixar curtir. Até quando é que vamos deixar isto passar ao l

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Á noite sonho, De dia vivo Tudo o que ponho É do meu livro. A cada momento, A hora é minha, De mim é o sentimento Ninguém o adivinha. Se hoje me esqueço. A vida me lembra: O que mereço E o que me quebra. Tudo o que quero, É encontrar-me. Assim o espero Deixando levar-me… Sou sol e água, Escrita e página Alegria e mágoa Uma passagem agina… Comigo quero levar tudo Céu e estrelas, Todo o mundo! Mas apenas posso vê-las. Sou apenas uma pena, Esvoaçando ao vento Perdida numa cena De um filme lento. A felicidade é meu lugar, Pedaço de cenário Que quero agarrar…

Guerra

Hoje a paz não será palavra nem estado, serei guerra que no corpo lavra e no intimo é fado! Vou partir a mágoa e desapontar o relógio que morre mandar fora toda a água que de mim escorre… A cada segundo que passa, o mundo pára, a dor fica e trespassa entranha-se e pinta-se na minha cara... Luto em mim, contra mim por mim. porque quiseste assim... Hoje é dia de lutar, esquecer o mundo, agarrar o desejo profundo de voltar e amar... Hoje sou dono do meu conflito E por isso grito: já ninguém me leva! Sou meu, como da terra é a erva…
Diz que me amas de maneira que não seja so palavras.

Palavras

Palavras nunca serão sentimentos, Por mais que nelas encerremos momentos! Serão sempre forma desenhada pela mão E a mão, essa, apenas toca! Os sentimentos são os sentidos do coração. Alma, que ás palavras não podemos dar! Por tudo o que cada palavras invoca, Apenas podemos trocar pelo que desperta Jamais pelo que quem escreve, nas palavras aperta... Serão sempre palavras, Por mais vida que lhe queira dar Falta em cada uma delas, alma E essa não lhe posso dar...

As noites esvaziam-se no teu olhar

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As noites esvaziam-se no teu olhar, Como as águas no fogo do verão... Consome-me a tua ausente presença, Não sou mais que o reflexo de uma paixão Que me faz chorar os tempos perdidos Que me faz querer parar o tempo e voltar atrás Mas o tempo cruel não volta E eu sou apenas rotina passageira Que nada tem para se orgulhar Sem voto ou sentença Continuo com os meus sonhos estendidos Estendidos nos mantos verdes das praias douradas Por detrás das dunas pintadas Jazem inertes as minhas ânsias Ainda neles existe um pouco de ti que me faz tentar... Olho mais uma vez o retrato pintado por dedos destros Retratando a beleza em si Olho de novo para ti Mas não vejo em tal retrato o mais desejado Não vejo o meu reflexo em teu olhar Volto-me para o espelho, não sou eu Apenas o reflexo ficou, o resto o tempo apagou Apenas vagueio pelas ruas do tempo Procuro nas esquinas da paixão por ti Mas já não te encontro aqui Uma pequena lágrima desce agora o meu rosto Sinto-a a descer ao meu espírito Não a contr

uM

Um dia vais olhar para mim E morrer nos meus olhos. Porque um dia aconteceu assim O meu mundo morreu sem cor nem folhos...

Frágil.

Preciso cair Não quero mais estar onde apenas posso falar Quero alcançar um pouco mais, voar Em cada letra que escrevo Penso num novo caminho Por onde possa encaminhar as palavras! Tantas vezes chego a um ponto sem retorno E me lembro quem sou Quem fui e quem penso que serei… Apercebo-me de quão efémero É o sangue que me corre nas veias De quão frágil é embalagem Em que colocaram a minha personagem! Uma passagem na agitação Pequena palha que rasga o brisa Enquanto não lhe quebram a ilusão E dilaceram o mundo de fingir! Preciso cair, para ver! Quero escrever o sangue a ferver, E fazer o sangue correr nas palavras Deixá-lo escrito nas letras Uma marca pelas horas de amor Um marco pelas horas de dor. Para que me lembre o choro E me recorde o meu rótulo: Frágil.

Não sei!

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O estado completa-se As notas vão sendo jogadas contra a parede Um primeiro sussurro rompe o silêncio As horas começam a espalhar-se pelo chão Enquanto a alma se arrasta nelas. Os momentos param E as horas inertes! Passageiro de momentos Procuro nesses tempos O gosto vago da plenitude e onde estou? Onde vou? Não sei! Não quero dizer! Quem sou? Não sei exprimir Sou a escrita e o prazer Pedaço do teu ser, que queres encobrir! Por detrás das palavras que roubas, Ainda escrevo para ti! Não me peças mais letras São minhas! Não me peças mais sentimentos! São meus! Chega do meu mundo! É tempo de rasgares a caneta e partires o papel! Viver o mundo sem cabulas e sentir a vida na pele!

Estranho

Soltei teus os peixes, Correram pelo teu ar exausto de viver! Enquanto os teus pássaros Nadavam na tua terra de magoa… Voava lá em cima o teu rebanho No meio da água, Procurando o que mastigar! Tornaste o teu mundo estranho, Só porque um dia não me quiseste mais amar.