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A mostrar mensagens de agosto, 2007

letras

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Sou o eclodir das letras Numa pauta de musica Onde tu não entras Nem a tua presença fica. Tu és o esquecimento Que reveste o meu momento És o terno partir Que deixou no meu olhar Vontade de ir E não voltar! És os pedaços fragmentados De uma canção que um dia quis tocar Mas hoje os estilhaços Cortam a minha vontade de cantar E tu apenas existes no mais longínquo pensamento Onde tu és apenas momento Em que as letras abrem os olhos E voam ao som dos primeiros pedaços de luz…

Nada

Na extensão do nada o que somos? Não mais que a pequenez que nos reveste a pele E o pouco sangue que nos cobre as veias. Meia dúzia de pensamentos E um corpo coberto de sentimentos.

0.12

mordi os lábios, engoli a dor espero que a digestão seja curta. a alma essa já só se alimenta assim.

(in)out

Não sou boa pessoa Por mais que tente existe sempre algo que prende à terra E me machuca os calcanhares, Me ofusca os pensamentos E me faz morder quem quero abraçar Deixo demasiadamente o que foi apegar-se ao que será E compassadamente mata-me Destrói quem quero ser O coração arde enquanto engulo as palavras E agarro os pensamentos Sinto na mente farpas E no coração pequenez Rasgo quem sou a tentar Mesmo assim acabo por falhar Os pensamentos continuam A dor persiste, magoa-me a alma E mordo quem quero abraçar Sinto calor passar me a pele do coração Sinto o sangue incendiar Queimar com convicção Não sou boa pessoa Nem tão pouco razão Quem o diz, diz à toa Sou fruto de paixão Que me dilacera desde o caroço Me farta a nascente E me inunda o ventre Cansado, de novo cansado. Sem mais para dar, Cansado de receber. Não que tenha muito, Mas é mais fácil começar do nada.

Carne

A carne é fraca A vida por vezes, dura, Deixa marca No coração que não a fura… Inconstante no seu caminho Faz de nós reféns do seu capricho Vivemos inebriados pelo vinho Deitados no nosso nicho. Deixamos tanta vez o mundo passar Pelo medo de o agarrar De ele morder E a alma sofrer… A fragilidade do ser humano É como rasgar um simples pano Só pára de romper Quando chega ao limite das costuras Aí ou cai da mais alta das alturas, Ou o medo deixa de vencer… É tempo de enfrentar paredes E vencer ansiedades Tempo de sonhar verdades De ter tudo o que pedes… Deseja com o coração E vive com tudo o que tens, sem ilusão…

Falar

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Parei um pouco por entre as palavras que iam sucedendo na minha boca, a mente estava clara, tão lúcida que quase sentia os pensamentos despidos para toda a gente. Parei, era tempo de parar, agarrar a mão do mundo e sentir-lhe a pulsação. Tudo tem de parar um dia, só a vontade não pode parar, ela move tudo o que em nós deve viver. Quando pára, paramos nós também, esgotamos a nossa sede de viver e vamos seguindo caminho sem sentido. Até que o mundo pare ou que a vontade seja acordada pelo toque suave de uma alma. Parei, não porque a minha vontade esteve a desvanecer numa fome intensa de sonhos, mas porque era tempo de olhar para trás. Sentei-me ao lado da vida, comecei a falar com ela, num tom sincero e compassado, o caminho foi tortuoso, carregado de espinhos e flores que me amachucaram e me rasgaram sorrisos. Momentos de sanidade e insanidade combinados com confusão e lucidez. Enquanto me ouvida, a sua expressão entoava as minhas palavras e fazia uma coreografia simples e natural. Expl

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gostamos de ser metal quando somos carne e quando deviamos usar a carne somos metal.