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A mostrar mensagens de setembro, 2010

Espalho o mar pelos meus pés Mergulho de uma só vez Que o mundo não pára de girar. Tudo morre na ponta do pincel Que torneia as formas Na fragilidade do papel Cada traço flamejante Derrete um pouco de tempo Enquanto nasce o coração Enquanto morre a embalagem E tudo o que fica é uma miragem Memoria de um lugar chamado gente. Tudo nasce e morre na dança de um vulto Que se espalha pelo mundo Em cor e sabor Em cheiro e toque Um som estridente que nasce do nada Só para se tornar gente. Um passo, um só passo E a carne é pó, Um passo, um só passo E o mundo sopra.

Felicidade

Se a felicidade for só um lugar, Quero lá estar, sonhar, voar. E se ficar bem alto, E tiver medo de cair Agarro-me ao medo E continuo, continuo a subir Deixo para trás a simples desejo Para que ele me retorne embrulhado Num papel refinado De uma flor a desabrochar num beijo. Se um dia eu parar de a procurar, Lembrem-me por favor do mar Que vai e volta, mas continua sempre a amar Para a sua eterna noiva, a areia, que o faz acalmar. Lembrem-me que a felicidade se perde na ponta de um dedo E se ganha quando deixamos de viver pelo medo…