Quase te sinto o cheiro, quase te toco, sentido traiçoeiro sabe sempre a pouco. Chegas de rompante não pedes para ficar ficas presa a cada instante num terno magoar. Quando te saciam, deixas um travo a mel mesmo nos que mais te odeiam e te querem apenas no papel. És crua, dura e suave, efémera e eterna, bela, um entrave. Dolorosa, terna. Rasgas e curas, guardas, repeles, moves, neutralizas. Tentam empurrar-te para longe com retratos e pensamentos, com letras e momentos. Mas de todos o teu corpo foge. Quase te sinto o cheiro, quase te toco, quase fico em anseio, quando te foco. O coração aperta, as veias correm para ele o mundo estreita e arrepia-se a pele. Quando a saudade bate, toca um solo de piano, de letras de arrebate. Quando a saudade bate, o mundo parte.