Nesta selva urbana, Onde o mundo é mudo Nascem pequenas flores Que nos fzem ver a beleza de algo natural Perante as torres de pedra E pessoas de metal...
A noite escura Enrola os pensamentos Devora a cura E abre os sofrimentos. Humanidade Fonte de escuridão. Luz. Paixão. A quem pertencem os pensamentos, Os eternos momentos, Em que nos fechamos em nós mesmos E curtimos os descontentamentos? Somos capazes de fazer nascer mundos Mas apagamo-los lentamente da existência, Tornamo-nos cegos, surdos, intocáveis, desgostosos, mudos Fechamo-nos numa infeliz ciência. Remissão. Prendemo-nos ao chão, Choramos. Caímos e deixamos. É hora de levantar, Perder medo de cair Medo de falar, Medo de sentir. É tempo de lutar Deixar de ter água nas veias De sentir coisas meias Tempo de cantar! Gritar ao mundo Um verso estridente, Calar o mudo E soltar em nós, gente.
Espalho o mar pelos meus pés Mergulho de uma só vez Que o mundo não pára de girar. Tudo morre na ponta do pincel Que torneia as formas Na fragilidade do papel Cada traço flamejante Derrete um pouco de tempo Enquanto nasce o coração Enquanto morre a embalagem E tudo o que fica é uma miragem Memoria de um lugar chamado gente. Tudo nasce e morre na dança de um vulto Que se espalha pelo mundo Em cor e sabor Em cheiro e toque Um som estridente que nasce do nada Só para se tornar gente. Um passo, um só passo E a carne é pó, Um passo, um só passo E o mundo sopra.
Se a felicidade for só um lugar, Quero lá estar, sonhar, voar. E se ficar bem alto, E tiver medo de cair Agarro-me ao medo E continuo, continuo a subir Deixo para trás a simples desejo Para que ele me retorne embrulhado Num papel refinado De uma flor a desabrochar num beijo. Se um dia eu parar de a procurar, Lembrem-me por favor do mar Que vai e volta, mas continua sempre a amar Para a sua eterna noiva, a areia, que o faz acalmar. Lembrem-me que a felicidade se perde na ponta de um dedo E se ganha quando deixamos de viver pelo medo…
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adorei :)