Falar o silêncio

A tristeza que corre nas minhas veias
um pedaço de vidro que me corta os pulmões
me envolve o coração como uma almofada de cardos
que se contraem contra a minha pele
sinto que a vida que um dia ousei dizer minha
se esvai perante tudo o que não sei controlar
mexo as pernas
sacudo os braços
mas tudo isso parece em vão
eles só se mexem.
eles só movimentam uma ordem que o meu pensar lhes indica.
a vontade de os mexer perante uma vida
não é mais que talvez um pedaço de metal corroído
corroído pela ferrugem da dor
saturado de água que os olhos não vertem.
É talvez esse o momento da minha exaustão
o momento que o corpo fica em pé
E a alma cai no chão inerte.
Não sei.
Já nem penso
Só para poder fingir que não sinto,
mas finjo tão mal. Tão mal.
Se um dia me encontrarem no chão, não me levantem pois encontrei paz.
O corpo parou de resistir e deixou-se. Simplesmente deixou-se ficar.
E se um dia o coração se desafogar, olhem me nos olhos e não me deixem amar.
Amar mata, e quando não mata, afoga.

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