Parei um pouco por entre as palavras que iam sucedendo na minha boca, a mente estava clara, tão lúcida que quase sentia os pensamentos despidos para toda a gente. Parei, era tempo de parar, agarrar a mão do mundo e sentir-lhe a pulsação. Tudo tem de parar um dia, só a vontade não pode parar, ela move tudo o que em nós deve viver. Quando pára, paramos nós também, esgotamos a nossa sede de viver e vamos seguindo caminho sem sentido. Até que o mundo pare ou que a vontade seja acordada pelo toque suave de uma alma. Parei, não porque a minha vontade esteve a desvanecer numa fome intensa de sonhos, mas porque era tempo de olhar para trás. Sentei-me ao lado da vida, comecei a falar com ela, num tom sincero e compassado, o caminho foi tortuoso, carregado de espinhos e flores que me amachucaram e me rasgaram sorrisos. Momentos de sanidade e insanidade combinados com confusão e lucidez. Enquanto me ouvida, a sua expressão entoava as minhas palavras e fazia uma coreografia simples e natural. Expl...